quinta-feira, 1 de julho de 2010
Quem decide?
A vida é feita de decisões, todos os dias tomamos decisões simples que não imaginamos a proporção dos acontecimentos futuros em nossas vidas que isso acarreta. Por menores que sejam essas decisões podem nos levar a coisas inacreditáveis. Uma simples escolha de dormir cinco minutos a mais ou a menos altera todo o nosso dia, virar para direita ou para esquerda, comer arroz ou feijão, colar na prova ou não, passar no sinal vermelho ou esperar o sinal verde. Tudo isso altera nossa vida, e essas escolhas é você quem a faz.
Mas e quando a vida de outra pessoa está em jogo, o que você faz? Existem situações que ultrapassam o nosso controle de decisão, a escolha pode afetar outras pessoas. Se na época do Nazismo um judeu bate em sua casa pedindo esconderijo e você o abriga, quando o soldado alemão chega e pergunta se ali tem algum judeu, o que você vai dizer? Sabendo que se o soldado encontrar o judeu irá matá-lo. Você vai mentir para salvar uma vida? Ou vai falar a verdade e deixar que o judeu morra? O que vale mais? A verdade ou a vida?
E quando uma pessoa passa por um grave acidente, e passa a viver em estado vegetativo, ou a sobreviver com auxilio de aparelhos, quem decide se está pessoa ficará viva desta forma, ou será sacrificada? A família? O governo? O que vale mais? O que tem mais peso? Sempre existe uma pontinha de esperança?
Poderia citar aqui inúmeros casos deste tipo, mas estes dois acima são o suficiente. Quem são os homens para escolher se alguém deve viver ou morrer? Quem são os homens para decidir o que é melhor ou pior para alguém? Quem são os homens para decidir o que é melhor ou pior para si mesmo? Alias o homem pode fazer escolhas?
A sociedade é organizada por regras e leis para que assim haja um bom andamento das coisas, mas essas regras são necessárias para haver um bom andamento das coisas? O homem não é capaz de viver em harmonia sem que haja regras? O que é homem se não consegue se relacionar com outro sem que alguém lhe ordene o que faça? Desta maneira podemos realmente chamar o ser humano de racional?
Freqüentemente se ouvem perguntas do tipo: de onde viemos? Para onde vamos? Qual o nosso propósito? Estas são perguntas que as religiões tentam dar respostas. Mas quem são os pastores? Quem são os padres? Quem são os pais de santo? Quem é qualquer homem para dar este tipo de resposta?
Os cientistas e os religiosos já viveram grandes conflitos sobre a criação do universo, e não há um consenso geral sobre o assunto, e mais uma vez questiono, quem é o homem para afirmar algo?
Somos apenas opinantes da vida, a vivemos loucamente e inseguramente, decidindo se vamos para direita ou para esquerda, se subimos ou se descemos, se vivemos ou se morremos. O poder está nas mãos daqueles que têm a melhor condição financeira. A desigualdade salta em nossos olhos e nada podemos fazer.
Quando pensamos que somos donos da vida, vem uma doença incurável, e nem todo o dinheiro do mundo pode nos salvar. Quando menos esperamos cai um avião do céu e mata milhares de pessoas, e o dinheiro não pode fazer nada. Quando menos se espera um terremoto mata milhares de pessoas e nada pode ser feito.
Afinal de contas quem decide as coisas? Será mesmo que escolhemos se vamos para direita ou para esquerda?
Lucas Fernando Borba dos Santos
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